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Já ouviu falar em profecia auto-realizadora?

Atualizado: 21 de dez. de 2023


"Alguém profetiza um evento, e a expectativa do evento muda o comportamento de quem fez a profecia de tal modo que torna a profecia mais provável" - Rosenthal, 1966

A profecia auto-realizadora ou auto-realizável já citada desde a década de 50 no meio acadêmico, tornou-se objeto de atenção de educadores e psicólogos, pois trata da máxima de que a “expectativa de uma pessoa a respeito do comportamento de outra pode contribuir para que essa última se comporte de acordo com o que se espera dela”. Esse pensamento trouxe também a ideia de que a expectativa que os professores têm de seus alunos ou mesmo pais têm de seus filhos, pode ajudar ou prejudicar o seu desenvolvimento. Por exemplo, um professor que acha que os alunos que sentam no fundo da sala são desinteressados, pode passar a investir e esperar menos destes, que, por sua vez, podem cumprir a profecia. O primeiro experimento sobre isso foi feito em 1963, onde se observava que crianças de guetos americanos eram vítimas da profecia auto-realizadora de seus professores, vez que acreditavam que esses não podiam aprender.

São escassos os trabalhos científicos, sobretudo aplicados a população brasileira, quanto a influência da expectativa e o comportamento de alunos. Podemos pensar na influência e expectativa aparentemente cristalizada em nossa sociedade de que crianças com menos oportunidades ou marginalizadas terão dificuldades na escola. Essa expectativa por sí tem efeito no desempenho dessas crianças? E dos professores?

Podemos pensar no mesmo quanto aos pais, já que a expectativa permeia nossas vidas desde antes de nascermos. Vem da escolha de nosso nome, das ideias sobre o gênero, atitudes iniciais e perspectivas de desenvolvimento e nos acompanham na escola, ambiente de trabalho, escolha de uma faculdade e etc. Fica o convite para pensar sobre o quanto somos ou estamos alienados no desejo ou expectativa do(s) outro(s) e o quanto isso influenciou ou influencia nossas ações.



Estudo base [artigo científico] de Vera Maria Vedovelo de BrittoI e José Fernando Bitencourt Lomonaco, disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-98931983000100005


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